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US News & World Report - Dê-me um T-E-C-R-A-N-I-O!

Feb 16, 2004

Explore a ascensão do coaching executivo e seu impacto na transformação da liderança.

Explore a ascensão do coaching executivo e seu impacto na transformação da liderança.

DINHEIRO E NEGÓCIOS

Dê-me um TREINADOR!

Por Marci McDonald Publicado: 16 de fevereiro de 2004


Nas sessões de estratégia, ele se agachava no fundo da sala, uma presença sombria tomando notas. No escritório do presidente-executivo, ele participava de todas as reuniões, sussurrando no ouvido do chefe. Mas, enquanto ele criava uma atmosfera de intimidação e desconfiança na empresa, alguns funcionários exigiam uma verificação de antecedentes do estranho que eles achavam que estava tendo um efeito Svengali tão desastroso em seu CEO.

Essa investigação revelou que o autointitulado coach executivo do chefe não tinha treinamento ou experiência relevantes para seu trabalho moderno. Tendo convivido com CEOs, ele "achou que poderia gostar de uma mudança de carreira", diz Howard Guttman, cuja empresa de Nova Jersey cria programas de coaching para empresas da Fortune 500. "Você tem alguém que pensa: 'Ei, eu sou bom com pessoas', e eles penduram sua placa", diz Guttman. "Eles podem causar danos reais."


UMA INDÚSTRIA EM CRESCIMENTO

Em todo o país, contos de aspirantes a gurus corporativos distribuindo psicobaboseira ou técnicas de seita mancharam uma das indústrias de crescimento mais quentes do país. Nos últimos cinco anos, o coaching cresceu rapidamente de uma atividade secundária nos circuitos motivacionais e de consultoria para uma vantagem esperada em praticamente todas as suítes executivas.

Um motivo para a explosão é uma série de depoimentos públicos sobre as transformações que treinadores de alto nível fizeram. David Pottruck, presidente e CEO da Charles Schwab & Co., credita ao ex-executivo da IBM Terry Pearce a transformação de um déspota de cotovelos afiados em um sensível construtor de consenso. O presidente da Pfizer, Henry McKinnell, ficou tão entusiasmado com o feedback que recebeu do treinador de Boston Dan Ciampa que postou sua própria avaliação de desempenho no site interno da empresa.

Alguns coaches, como o professor de Dartmouth Vijay Govindarajan, são especialistas em criar estratégias, enquanto outros, como Ciampa, focam em fundir culturas corporativas conflitantes. Em um momento em que a globalização torna a delegação de autoridade essencial e escândalos de governança corporativa abundam, tanto os conselhos quanto os acionistas estão cada vez mais focados no desenvolvimento de liderança.


POR QUE O COACHING É TÃO PROCURADO

A maioria dos coaches agora é chamada para suavizar as arestas ásperas do CEO, do tipo "eu ou você", que podem estar levando os melhores talentos para os rivais. "As empresas costumavam ser capazes de funcionar com chefes autocráticos", diz Rosabeth Moss Kanter, da Harvard Business School. "Não vivemos mais naquele mundo."

As qualidades que podem ter impulsionado os durões a subir na hierarquia corporativa muitas vezes os tornam inadequados para liderar, incluindo uma relutância em tolerar dissidências ou uma propensão a acessos de raiva. "Gritar e jogar coisas pode ser consertado", diz Marshall Goldsmith, um Ph.D. exuberante e zen cujas transformações de CEO foram descritas na The New Yorker em 2002. "Qualquer comportamento pode mudar — a menos que haja um gene defeituoso."


COACHING: UMA PROFISSÃO EM EVOLUÇÃO

A demanda por coaching é tão grande que as principais empresas de consultoria e recolocação começaram a oferecer serviços de coaching, e algumas multinacionais estão criando equipes internas de coaching. No mês que vem, a gigante farmacêutica AstraZeneca começará a treinar 55 funcionários de recursos humanos para trabalhar individualmente com a gerência intermediária. "É uma maneira de construir nossa força de liderança", diz Janet Steinwedel, diretora de coaching de liderança da empresa.

Um coach, no entanto, não sai barato. As taxas podem variar de US$ 250 por hora a US$ 17.000 por dia. Esses lucros potencialmente enormes geraram centenas de escolas de coaching online com títulos animados como GottaGettaCoach.com , oferecendo certificações por preços que variam de US$ 29,95 a US$ 1.795 por curso.


DESAFIOS E CETICISMO

A proliferação de coaches gerou ceticismo sobre uma profissão que não é regulamentada e carece de um órgão de supervisão ou credenciais amplamente aceitas. "É como o Velho Oeste", diz Gisele Garcia, uma coach que organizou um seminário para o Conference Board em Nova York sobre a elaboração de critérios de contratação.

Alguns coaches se uniram para definir padrões voluntários. Apenas 1.100 dos 7.000 membros da International Coach Federation se qualificaram para a certificação ICF. A Association of Career Professionals International certificou apenas 500 de seus 2.000 membros.

Para lidar com as preocupações, algumas corporações criam grupos de coaches aprovados para os executivos escolherem, enquanto outras aconselham verificar as declarações de diploma e referências. Os clientes são encorajados a exigir um código de ética que garanta a confidencialidade e garanta que os coaches não ultrapassem seus limites. "Se um coach vê que alguém está profundamente deprimido", diz a coach Dorothy Greenaway, de Toronto, "ele ou ela tem a obrigação profissional de dizer: `Não estou qualificado para lidar com isso. Vá ver um médico.'"


EVITANDO ARMADILHAS

Enquanto a maioria dos coaches insiste em manter as revelações dos clientes confidenciais, alguns conselhos e CEOs argumentam que têm o direito de saber o que os principais executivos divulgam. Como resultado, mais executivos estão pagando pelo coaching do próprio bolso.

Ciampa observa que expectativas vagas frequentemente levam ao fracasso. Ele aconselha os clientes a definirem parâmetros de progresso e a escolherem um coach com expertise na área desejada de crescimento. O próprio Goldsmith se recusa a abordar questões como planejamento de carreira ou organização, contratando colegas para essas tarefas.

"Um dos maiores problemas é que não há coaches suficientes recusando negócios", diz Goldsmith. Mesmo em seu nicho — transformar o comportamento do CEO — Goldsmith recusa clientes com problemas de integridade. "Pessoas com problemas de integridade não devem ser treinadas", diz ele. "Elas devem ser demitidas."


Publicado no US News & World Report, 16 de fevereiro de 2004

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